sábado, 22 de dezembro de 2012

Sugestão de fim-de-semana

A práctica de amarrar o parceiro, ou o light bonding, proporciona sensações muito interessantes ao parceiro preso, especialmente se este tiver tendência para a submissão sexual. 

No entanto nem sempre se consegue arranjar o acessório mais adequado para amarrar sem magoar. As algemas tendem a ser muito rígidas e, com as mudanças de posição, dolorosas, e cordas e cordéis podem provocar cortes dolorosos e potencialmente perigosos nos pulsos.

Assim a nossa sugestão de fim-de-semana são os cinturões de artes marciais. De algodão, baratos, resistentes e disponíveis em qualquer loja de desporto, proporcionam uma opção muito interessante, ainda que fazer nós com uma fita tão grossa exija alguma práctica.

Além do mais... há em várias cores :P

Receita de Peito de Frango à Êxtase

O nosso Rui Simas apontou-nos para o canal Sapo Mulher, que publicou uma receita afrodisíaca muito interessante para animar este fim-de-semana antes do Natal.

A receita completa pode ser encontrada em:
http://mulher.sapo.pt/amor-sexo/estimulos/alimentos-excitantes-1126548.html

Boas comidelas!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Breve introdução à Asfixia erótica


A Asfixia Erótica (AE) é um dos temas mais controversos da comunidade kink por ser muito bom e bastante perigoso, especialmente se realizado sem as técnicas apropriadas.

Só nos EUA morrem anualmente entre 250 a 1000 pessoas em acidentes associados a asfixia auto-erótica, ainda que se estime que este número seja muito maior já que muitos casos não são reportados. Tipicamente tratam-se de homens jovens, entre os 20 e os 30 anos, o que pode significar que há mais homens que mulheres a practicar auto-asfixia ou então apenas que as mulheres são melhores a fazê-lo sem se matarem. O que não seria muito elogioso da inteligência masculina. :) O método que mais está associado à morte é o auto-enforcamento e frequentemente verifica-se que a vítima tinha um processo qualquer de emergência que não conseguiu aplicar antes de perder os sentidos. A morte por asfixia pode ocorrer por dois processos distintos: privação de oxigénio no cérebro ou por ataque cardíaco induzido pela diminuição de afluxo de oxigénio.

Mas, por outro lado, é um facto conhecido mas a asfixia e a hipoxia cerebral associada produzem sensações de euforia que potenciam significativamente o orgasmo.

E entra a parte do disclaimer :) Como disse acima, existem muitas opiniões opostas sobre esta técnica sexual havendo, mesmo do lado dos líderes do movimento BSDM, muitos que consideram esta técnica demasiado arriscada para ser practicada. A minha opinião pessoal é que a técnica tem os seus méritos mas deve ser aplicada de forma consciente e usando técnicas que minimizem ao máximo os seus riscos. Ou seja, advogo o caminho do meio. No entanto, fica o aviso que quem practicar esta técnica deverá ter consciência de que se trata de algo muito arriscado e que o está a fazer por sua conta e risco, não me responsabilizando por qualquer acidente que possa acontecer.

Mas então como aplicá-la?

Aqui vamos ter que distinguir dois cenários: o da auto-asfixia e da asfixia a um parceiro.

Na auto-asfixia há tipicamente o uso de um dispositivo qualquer que ajude a criar a pressão necessária sobre as carótidas para provocar a diminuição de fluxo sanguíneo ou pressão sobre a laringe que induza a hipoxia. Os métodos mais usados são o auto-enforcamento, usando cintos, cordas ou lenços pendurados de algum ponto estável, ou de garrotes fixos, como por exemplo cintas de aperto. Estes métodos sofrem todos de um defeito literalmente fatal: caso haja perda de sentidos, mantém-se a aplicação da asfixia, o que poderá conduzir à morte.

Portanto o método que eu recomendo é baseado na parábola do botão do homem morto, ou seja, assim que há perda de sentidos termina automaticamente a asfixia. Isto consegue-se encostando a cabeça a um apoio fixo e aplicado a pressão sobre a garganta com uma das mãos ou, em alternativa usando um lenço SOLTO, com apenas uma volta à volta  sem qualquer tipo de nó, preso apenas com uma mão, para que se solte assim que haja perda de sentidos. Outra técnica também muito segura é o simples conter a respiração, ainda que esteja reportado que não surte os mesmos efeitos.

Pessoalmente não sou um adepto da auto-asfixia, pelo que os métodos que mencionei acima são baseados em leituras e bom senso, não podendo pessoalmente validá-los quanto a eficácia. No entanto, quando se está a ter um orgasmo não tântrico, o conter a respiração no momento em que se iniciam as contracções orgásmicas tem o efeito de intensificar o orgasmo.

A aplicação da asfixia sobre um parceiro é ainda mais complexa, dado que aqui não temos o nosso próprio feedback quanto à sensação de hipoxia. Por isso têm que ser definidas algumas regras de segurança da maior importância:

1. Nunca pratiques esta técnica com alguém em quem não confies plenamente e conheças bem o comportamento sexual. NÃO é técnica para one-night-stands! 
2. NUNCA, mas NUNCA, deve ser practicada sob o efeito de álcool ou drogas, especialmente as depressoras;
3. Se houver perda de sentidos ou agitação invulgar do parceiro asfixiado a asfixia deve terminar imediatamente; 
4. Dado que o parceiro asfixiado pode não conseguir comunicar verbalmente, deve ser combinado um sinal para terminar a asfixia, como por exemplo bater duas vezes com a mão ou mudanças de alinhamento da cabeça;
5. O método usado para a asfixia deve garantir que existe margem de manobra para o parceiro asfixiado conseguir, com pouco esforço, libertar-se por si da asfixia;
6. Não deve usar qualquer tipo de dispositivo que, uma vez aplicado, provoque a asfixia sem a intervenção intencional de um dos parceiros (o tal dead man button);
7. A asfixia deve ser ligeira e nunca procurar a perda de sentidos;
8. É natural a asfixia produzir uma ligeira taquicardia. Caso esta seja muito pronunciada ou incomodativa, dever-se-á interromper de imediato a asfixia e procurar aconselhamento médico.

Pessoalmente utilizo uma de 4 técnicas, que me dão bastantes garantias de segurança, e que recomendo a quem queira experimentar:

Pressão com MÃO ABERTA sobre a garganta. Neste método a ideia é distribuir a pressão da mão por toda a garganta para não produzir um efeito de corte de circulação sanguínea. A pressão é ligeira e, tipicamente, dado o ritmo respiratório acelerado durante o sexo, é mais do que suficiente para produzir o efeito desejado. Caso a minha parceira desalinhe a cabeça para algum dos lados, assumo que é para parar imediatamente a asfixia;

Pressão sobre a caixa torácica usando o peso do corpo, tipicamente com a parceira de barriga para baixo na cama. Esta técnica tem a vantagem de ser muito gradual e, deixando o pescoço e braços livres, permitir vários métodos de sinalização para interromper a asfixia.

Chave de um braço sobre o pescoço. Esta técnica aplica-se quando se está atrás do parceiro e tem alguns pormenores importantes. A parte que está em contacto com a garganta deverá ser o antebraço e não a articulação do cotovelo, de forma a permitir ao parceiro asfixiado interromper a asfixia bastando para tal virar a cabeça para um dos lados.

Almofada sobre a cama. Nesta posição o parceiro asfixiado está de barriga para baixo e com a cara numa almofada. A almofada não deverá ser demasiado alta, de forma a que seja possível terminar as asfixia rodando a cabeça para um dos lados.

Qualquer uma destas técnicas deve ser aplicada de forma gradual, ou seja, não começar inicialmente com uma asfixia profunda, mas sim ir permitindo a ambos os parceiros perceber quais as zonas de conforto de cada um sem colocar ninguém em risco. E muito cuidado com os orgasmos, nestas alturas é natural haver alguma perda de controlo, o que não é muito positivo quando se está a asfixiar alguém :)

Divirtam-se em segurança e gostava de saber sobre as vossas experiências neste campo.